Com este espetáculo a companhia pretende tratar de algumas das mais recorrentes questões metafísicas: a perda do paraíso, sua nostalgia e a consequente busca de um religamento original.
Para tanto nos inspiramos desde os relatos mesopotâmicos da criação, o gênesis bíblico e os textos apócrifos dos livros de Adão e Eva até a obra de John Milton, “O Paraíso Perdido”, poema responsável pela origem e articulação deste projeto.
Entendemos que o mito da queda pode ser associado aos sentimentos contemporâneos de decadência e de nostalgia de um padrão superior de existência. Ele retrata a perda da proximidade às origens da natureza humana e o abandono de um contato ideal com o plano divino.
Se a separação inicial é um dado inescapável e instituidor da condição humana, por outro lado somos portadores de uma nostalgia intrínseca e difusa de uma Idade de Ouro, cujo efeito sentimos sob os nomes de melancolia, angústia ou na ansiedade quanto ao modo como vivemos hoje: distanciados de nós mesmos.
Na tentativa de configurar esse ancestral, essa memória da origem, resolvemos lançar mão do universo da infância. Porém com a perspectiva de dar-lhe um tratamento não individual, histórico e psicológico, mas sim mítico e metafórico.
É a infância do Homem e não de um homem específico o que nos interessa.
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