Iniciei a jornada da iluminação cênica de Piscina (sem água) – para um exercício da aula do Guilherme Bonfanti –
com a imagem de uma piscina projetada na parede por um elipsoidal de 90º com gobo. Meu primeiro laboratório (21 OUT) durou 40 min só para materializar esse pensamento, e reparei que o elipsoidal abria bastante mesmo a partir do local que eu o coloquei, chegava a subir até o teto. O nível da água subiu! É piscina com água! E quem ousar entrar nessa sala mergulhará junto. Estava decidido, este gobo com a gelatina R68 fica!
Para seguir na escolha do restante dos refletores, suas posições, uso de gelatina, de corretivo, ou o não uso, me baseei nos textos de Chico Turbiani, “Luz Narrativa”, e de Roberto Gil Camargo, “Luz no Discurso Narrativo”.
Eles foram completamente um guia para minha criação de luz narrativa. Através do que já foi escrito por meus veteranos de profissão, fui verificando se eu conseguia levar ao palco edição de tempo e espaço, realidade e memória/delírio, direcionamento do olhar e recusa do ilusionismo (Brecht).
O próximo texto mais usado, e disparador, foi o trecho – mas também a leitura completa – da Piscina (sem água), de Mark Ravenhiil (traduzido por Felícia Johansson), porque eu compreendia que precisava da atmosfera do início ao fim do texto, para, aí sim, pensar em cima de um trecho (13 OUT), pois quis evitar de interpretar superficialmente os conflitos e o desenrolar até o clímax; claro que, se eu não me envolvesse com a história do início ao fim, ainda seria possível criar uma luz tecnicamente seguindo o trecho selecionado pelo Chico Turbiani, mas eu queria elementos, queria um estudo de dramaturgia da luz, além do estudo técnico de escolha de refletor ou até mesmo escolha de gelatinas.
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