Guilherme Bonfanti | À Luz Do Pensamento

À Luz Do Pensamento

Reflexões Sobre A Iluminação Cênica Contemporânea:  1o. Seminário de luz do Teatro da Vertigem.

Por: Antonio Duran

 

O presente relato faz parte das atividades previstas do 1o. Seminário de luz produzido pelo Teatro da Vertigem e realizado na sede do grupo, em novembro de 2017. Assim, nossa intenção é registrar e pontuar alguns tópicos que estiveram presentes durante o evento.

 

Este primeiro seminário sobre iluminação cênica intitulado À Luz Do Pensamento: Reflexões Sobre A Iluminação Cênica Contemporânea, idealizado por Guilherme Bonfanti, do Teatro da Vertigem, que também contou com a organização de Francisco Turbiani, reuniu professores, entre eles, de teoria, iluminação e direção teatral, assim como artistas iluminadores, críticos, estudantes de teatro, de direção, de iluminação e, também, interessados em geral. Essa iniciativa, inédita na cidade de São Paulo, teve a duração de dois dias, e contou, além de palestras e debates, com exercícios práticos e a reflexão sobre eles. Ou seja, um evento marcadamente de teor pedagógico.

 

Sim, não é possível deixar de destacar o caráter pedagógico presente em todas as atividades, no sentido de unir reflexão e prática. Mas, não só. O seminário abrangeu distintas perspectivas sobre o que é pensar e criar luz atualmente, provenientes de várias vozes de diferentes gerações e diversos modos de atuar na profissão. Aspecto esse, que se evidenciou, por exemplo, entre os profissionais vinculados a uma prática dentro de grupos de teatro, em uma pesquisa continuada, e outros direcionados ao trabalho solo, realizado em várias companhias de teatro, ou de dança, e/ou voltados para o mercado do entretenimento. Além de contribuir para enriquecer o debate sobre possíveis consequências estéticas dessas formas de atuação na área, entendemos que esta diversidade de práticas e pontos de vista contribuiu significativamente, não só para fortalecer a raiz pedagógica do seminário, mas, sobretudo, para atestar a iluminação como linguagem autônoma em direção à sua emancipação.

 

Outro aspecto do seminário que chamou a atenção, e que fez diferença, foi a prevalência de um clima amigável de cumplicidade e prazer pela profissão, envolvendo tanto os palestrantes, quanto o público presente, e que contou também com as generosas “aulas” de Eduardo Tudella ao compartilhar seu abundante repertório prático e teórico com todos os presentes.

 

 

Primeiro dia | Mesa 1 | Luz e Narratividade | Luiz Fernando Ramos e Wagner Antonio

Quais características apontam para uma cena narrativa? Essa foi a pergunta que norteou a fala de Luiz Fernando Ramos e inaugurou o seminário, tendo ao seu lado Wagner Antonio, como companheiro de mesa. Para Luiz, a narratividade da luz tem uma característica peculiar de ser, simultaneamente, forma e conteúdo, sendo este último, em sentido metafórico, o que ilumina o obscuro, ou que traz a consciência sobre algo. Parte de sua explanação se encaminha para pensar a luz a partir de um artista da cena, Gordon Craig. É  interessante pensar a relação estabelecida entre o projeto cênico de Craig, a uma ideia de que a cenografia não é mais um suporte para a ficção, pois a cena, para Craig, tem sua própria identidade. Nela, se previa a utilização de estruturas altas, como se fossem biombos, movimentadas em cena. Sua intenção era trazer para a cena a fluidez da música. Nesse sentido, uma cena realizada por meio dessas estruturas e que se movimentariam sutilmente, executariam uma partitura. Também os operadores não são mais contra-regras, eles estão em cena.

 

Dessa maneira, segundo Luiz, podemos entender a cena contemporânea como um tipo de produção que, de algum modo, materializou o projeto cênico de Craig. O encenador Robert Wilson, por exemplo, consegue não só realizá-lo, como levá-lo a um tipo de esgotamento. A partir do ciclorama e da variação permanente de cores, de luz e de intensidade que sustenta todos os seus espetáculos. Uma luz que escreve alguma coisa e se mostra como uma narratividade aberta, um modo de contar de forma mais abstrata, e que se tornou um clássico. Igualmente, para Luiz Fernando, o projeto de Craig é realizado, de um modo mais sanguíneo, pelo encenador Romeo Castelucci, o qual também estabelece uma cena autônoma, não mais a serviço de uma narrativa anterior, mas ela própria constrói uma narrativa que se basta em si mesma, e muitas vezes é a luz que sustenta esse discurso.

 

Outro ponto explanado, a partir de provocações encaminhadas aos participantes de cada mesa, foi sobre a possibilidade de relacionar a iluminação do teatro e do cinema. Para Luiz, essa seria uma outra questão, pois há uma outra sintaxe no cinema. Ainda que seja possível fazer uma comparação entre a montagem cinematográfica e a montagem cênica, na cena temos materialidade, tridimensionalidade, “presentidade”, o que configura certa simultaneidade entre apresentação e recepção, e constitui duas questões diferentes.

 

Ao final, deixa uma fértil provocação sobre dois sentidos do movimento da luz, com moving light e o uso que é feito dele em shows de rock, como uma espécie de penduricalho, e enquanto um movimento orgânico confundido com a cena, superposto com ela, aparecendo como escrita e como linguagem.

 

Na sequência, Wagner Antonio inicia sua explanação pontuando sobre como esses temas tratados reverberam em sua prática mais como iluminador, e menos como pensador, embora enfatize a importância da realização do seminário como uma oportunidade de refletir sobre a sua prática. Nesse sentido, ele discorre sobre alguns aspectos do seu processo criativo, primeiro ao considerar a luz como articuladora do tempo e do espaço, atuando sobre o olhar do publico. Mais do que iluminar, a luz age ao mostrar, ou não mostrar, revelar, ou não revelar. Em certa medida, a luz sugere e edita o olhar, podendo ser, para ele, ativa ou contemplativa, ao abrir possibilidades para a cena, mais do que se afirmar a todo momento como luz. A presença dela está na relação com o espaço, junto, ou em paralelo, com o texto, ou mesmo negando. Desse modo, a iluminação se configura como dramaturgia, e uma dramaturgia que joga com as outras dramaturgias.

 

Outro tópico levantado por Wagner se refere pensar a “materialidade, tanto dos refletores, quanto da luz e da sombra, pois são encaradas como “materiais” com os quais ele desenha, ao articulá-las no tempo e no espaço.

 

Após sua fala, se deu a conversa com o público, e nela foram levantadas outras maneiras  da iluminação participar, ou narrar. Por exemplo, no texto Play, Samuel Beckett escreve com a rubrica, ou seja, o texto é rubricado pela luz, o ator só fala quando a luz acende. Outro exemplo foi de Nelson Rodrigues, que insere a “luz” na rubrica de seu texto, Vestido de Noiva, a partir das propostas de Ziembinski, o diretor da primeira montagem da peça.

 

Outro aspecto comentado foi da luz como articuladora da ilusão, no sentido de pensar a iluminação não apenas atrelada a criar ilusão, mas na chave de um jogo entre criar e quebrar a ilusão.

 

Acerca do movimento da luz, e a construção do movimento da luz com o moving light, exercer sobre o espectador apenas um tipo de fascínio, esvaziado de sentido, na chave de oferecer apenas a espetacularização pela espetacularização, Guilherme Bonfanti argumenta que sempre sentiu falta da luz se deslocar, de ver a luz se movimentar como se o “quadro”, a cena, se movimentasse junto com ela. Nesse sentido, ele pensa o uso do moving light com a finalidade de fazer a luz funcionar organicamente com a cena, e enfatiza que a utilização desse recurso foi resultado de uma pesquisa dentro do “teatro de grupo” que possibilita a experimentação. Guilherme também comenta sobre a escrita da luz, que ela tem a ver com uma ação, mas uma ação que pode ser precisa, como a escolha da palavra certa, como um escritor, ou um poeta, que usa os refletores como se fossem palavras.

 

 

 

Primeiro dia | Mesa 2 | Performatividade na Luz | Cibele Forjaz e Nadia Luciani

Nesta mesa, se coloca a pergunta, como falar de narratividade e performatividade. Cibele chama a atenção para o problema de imperar uma ideia evolutiva entre elas, como se houvesse uma evolução da narratividade para a performatividade. Não há evolução, para Cibele. Para Nadia, não é possível separar narratividade de performatividade na  luz. Sobre a ideia de uma luz performativa, Cibele coloca que a luz gravada também pode ser performativa, pois é explícita como linguagem e não somente performativa porque é operada ao vivo com o movimento da cena.

 

A relação que se estabelece entre a ideia de uma luz ativa como performativa reside na ação. Quando atua, ela interfere, contracena, se explicita e tem liberdade para dizer o que quiser. Nesse sentido, Cibele dá o exemplo quando a luz,  ou um foco, acompanha um ator para mostrar a relação dele com o entorno, como se ele fosse a única realidade sobre a cena e que tudo em sua volta são sombras ou fantasmas dessa pessoa. Isso seria uma luz ativa e, por sua vez, performativa, porque ela se explicita. Ao invés disso, quando a luz some, por exemplo, ao se abrir uma janela em cena e termos a luz como se fosse o sol, isso não seria uma luz performática. Embora seja performada, tendo ação e um operador, a luz não está se explicitando como linguagem, ela não diz “eu sou a luz”, “eu estou aqui”, “eu atuo”, “eu ajo”.

 

A luz da peça Bom Retiro 958 metros, prossegue Cibele, é uma luz ativa, pois ao andarmos pelas ruas do bairro vemos uma pessoa puxando uma haste e apagando a luz da rua, isso é uma luz performativa, pois sabemos que é linguagem, e que não é mágica, tendo uma ação explícita. Ela tem consciência do seu ato enquanto age, o poste de luz vira um ator na cena. Assim se percebe sua performatividade, vemos a luz atuar, ativa. Esse exemplo é colocado para reafirmar que a luz não é perfomativa somente quando o operador está em cena.

 

Explicação que ajuda a discernir o que poderia ser uma luz narrativa, na chave do não- explícito, e sim no sentido de contar a história, a ideia de narrar junto.

 

Outro ponto colocado é que não tem mais sentido, depois de todo o teatro do século XX, entender a iluminação hoje apenas como o desenho de luz no espaço. Ela é primordialmente escritura no espaço-tempo, o que significa dizer que a luz coloca seus desenhos no tempo. Através do seu movimento ela escolhe o que é visível e não visível, e para isso é preciso construí-la junto com o espetáculo. Esse entendimento sobre a iluminação pode ser relacionada com a ideia de encenação de luz, como uma designação para a área de criação de luz no espetáculo.

 

Vale salientar, segundo Cibele, sobre a atuação política da iluminação no contexto histórico dos anos 80. Um momento significativo, cuja ação de ter e ser uma voz ativa no trabalho era esperado de um iluminador. Nomeando-se como iluminador, criador e artista. Isso, para dizer que tal autonomia é, e sempre será, uma batalha dos artistas iluminadores para que os tabus não voltem a um estágio anterior, no qual não se reconhecia o lugar do artista como tendo voz.

 

Por fim, acerca da diferença entre criar a luz a partir de um desenho prévio “na cabeça”, ou a partir dos ensaios, coloca-se a questão sobre como se dá o processo de criação. Uma criação que pressupõe a processualidade, por uma lado, ou a execução prévia de uma ideia, por outro. Entende-se que nessa questão se encontra um aspecto significativo para pensar a distinção entre uma criação aberta para se formar durante o percurso criativo, e uma concepção mais fechada ao processo, que estaria mais preocupada em realizar um projeto concebido de antemão.

 

Primeiro dia | Mesa 3 | Light Designer e a Pesquisa de Luz | Alessandra Domingues, Domingos Quintiliano, Marisa Bentivegna e Wagner Freire

Um dos questionamentos que passaram por esta mesa dizia respeito sobre a possibilidade de se desenvolver uma linha de pesquisa para a criação de luz. Um primeiro tópico sobre o problema da subsistência se coloca. Para Domingos Quintiliano o teatro de grupo fez parte de um momento de aprendizado na carreira, época, segundo ele, em que se colocava a mochila nas costas. Entendimento esse, também compartilhado por Wagner Freire que pensa o trabalho de grupo como essencial para alicerçar, dar “raiz” ao trabalho. Para Domingos, a ideia de pesquisa está vinculada a atender o que a cena precisa. A iluminação é propositiva, mas teria um caráter mais assistencial.

 

Já para Marisa Bentivegna, iluminadora e cenógrafa, ela compartilha sobre o seu processo de criação na Cia. Hiato, cujas as referências de pesquisa, tanto da direção, quanto da dramaturgia, são divididas com todas as áreas de criação no intuito de se fazer uma pesquisa conjunta. Visão parecida com a de Alessandra Domingues ao explanar sobre sua ideia de pesquisa continuada que se dá nos processos de criação em que participa. Destaca-se que todo o trabalho de criação é também um trabalho de descoberta, que no ambiente de uma pesquisa continuada há maior espaço para se aprender cada vez mais.

 

Outro ponto é sobre quando começa a criação de luz nos processos. Alguns integrantes da mesa destacam a necessidade de criação de um repertório de imagens, um processo de “encharcamento” no imaginário do trabalho, o que pressupõe uma pesquisa imagética antes de se ler o texto. Outros dizem que iniciam a pesquisa a partir de uma demanda da direção, para que o trabalho, e por sua vez a iluminação, transmita uma determinada sensação.

 

Comentou-se também acerca das novas tecnologias como sendo uma dimensão importante para a criação, mas que, no entanto, seria de bom termo evitar certa “paranóia”. Ou seja, uma necessidade permanente de incluir toda nova tecnologia que surge apenas para expor tal tecnologia como, por exemplo, os novos softwares e as novas mesas.

 

Sobre a possível competição entre os artistas iluminadores em um mesmo trabalho, que foi um tema levantado pelo público, foi falado sobre a necessidade de se estabelecer acordos entre todos os envolvidos na criação. Nos trabalhos em que a co-criação se faz presente, chamou-se atenção para que tudo esteja muito bem conversado e acordado entre as partes, pois, durante o processo criativo, sempre haverá momentos decisivos de escolha sobre o que “fica” e o que “sai” da cena. O problema todo é quando as regras não são claras. Os acordos são caso a caso. Os percursos de criação também vão depender do tipo de processo, se mais autocrático ou não, o que pode estar vinculado ao modo de criar estabelecido por diferentes gerações de encenadores.

 

Primeiro dia | Mesa 4 | A Luz em Vertentes Realistas Contemporaneas | Welington Andrade e Eduardo Tudella

Nesta mesa que se discutiu sobre o realismo, Welington explana que a luz não é a conformação do real, e de que ela só pode exercer seu poder de real em um realismo crítico. Toma-se o realismo crítico não como cópia do real, não como uma técnica, mas quando o teatro remete a ele mesmo. Para Welington, o realismo crítico se daria onde a representação se assume como independente, como uma luz que instaura a representação da sociedade do espetáculo. Igualmente, parece ser tarefa da luz preconceber  a quantidade de objetos que o espectador consegue prestar atenção simultaneamente, e por quanto tempo.

 

Também entende que o espectador clássico desapareceu, o espectador atualmente é um agente, pois trabalha com a síntese da diversidade dos efeitos do real. Nesse campo do espectador, Welington se pergunta como sair da percepção e ativar a cognição. Sugere a contemplação.

 

Para Tudella, o realismo na luz tem lugar no teatro contemporâneo. Para ele, “o ser humano sempre vê mais do que só o que está olhando.” Pensar o realismo na iluminação, e não na luz, lhe agrada mais, pois é uma manipulação do artista. Entende o realismo como coercitivo, nele não há liberdade total, pois há muitas regras, e por isso é uma luz muito difícil de fazer. O realismo não é apenas um movimento mimético.

 

Parece ser um aspecto decisivo em sua explanação, independente da ideia em si sobre o que seria o realismo, é a ênfase da liberdade no processo criativo do artista. Não há um sentido realista para as coisas, pois entende que toda realização no teatro é uma criação, na acepção de ser um artifício criado. Um dos exemplos que podem indicar essa concepção é a partir de um caso que ele traz de um ex-aluno sobre como explorar a ideia do “escuro”. Tudella explana que as pessoas geralmente entendem que o escuro é um lugar que não se vê, contudo, o escuro pode ser também o “lugar” onde se libera as fantasias. Sentido esse, que poderia ser utilizado para pensar a criação do “escuro”.

 

Segundo dia | manhã | A prática da Luz: trabalhos práticos sobre Narratividade,  Performatividade e Realismo 

A abertura dos trabalhos no segundo dia de seminário, no domingo pela manhã, contou com a elaboração e apresentação de três microcenas a partir de um fragmento do texto A Gaivota, de Anton Tchekov. O objetivo das apresentações foi trazer, na concepção da iluminação, perspectivas distintas baseadas na narratividade, realismo e performatividade. A ideia era de que os atores estivessem com os textos decorados para um pequeno ensaio, que seria realizado juntamente com as áreas de encenação e iluminação. Após trinta minutos de trabalho se apresentava a cena, e logo na sequência o criador da luz explanava para os presentes os pontos de vista que utilizou na sua concepção.

 

Foi uma manhã de trabalhos práticos, os quais seriam debatidos no período da tarde, juntamente com o fechamento do evento em conversa com o público.

 

 

Segundo dia | tarde | Conversa com o Público

Nesta última parte que encerra o seminário, abre-se uma conversa com todos os presentes, inclusive o público, a fim de se trocar impressões sobre o evento, tanto sobre as mesas do dia anterior, quanto das apresentações realizadas no período da manhã. Dentre os comentários feitos,           algumas pessoas sentiram falta de um outro tipo de abordagem acerca da narratividade, e gostariam que ela  fosse tratada mais como prática no teatro, do que filosoficamente. Sobre a apresentação da cena que trazia o ponto de vista da performatividade, ficou mais evidente o trabalho de atores do que da iluminação. Já para outros, na cena com a perspectiva da narratividade, ficou evidente que os recortes efetuados dos planos com a luz trouxe maior ritmo para a cena. O que, por sua vez, exprimiu a sensação de que o tempo passou mais rápido.

 

Tudella fala acerca da importância da realização desse seminário sobre iluminação, assim como do ineditismo no país de um evento como esse. Enfatiza que não deve haver nenhum preconceito em relação ao tipo de cena, seja realista, narrativa ou performativa, pois todas as linguagens possuem suas próprias dificuldades.

 

Dentre os interesses que surgiram do público, algumas delas giraram em torno da curiosidade em saber se os criadores das cenas, tanto da área de iluminação, quanto de direção, pensaram no público na hora de conceber a cena. Outros demonstraram interesse em saber acerca dos tempos de montagem de luz, se houve diferença para cada uma das três linguagens trabalhadas.

 

Por fim, entendemos que o seminário superou expectativas, uma vez que o formato abrangeu tanto a reflexão, quanto a prática, colocou em exercício, não só iluminadores, mas todos aqueles que participaram das apresentações e das criações das cenas, como encenadores e atores. Nesse sentido, tal formato, especialmente com os exercícios da prática das linguagens, se mostrou muito útil pedagogicamente para todas essas áreas de criação, o que faz pensar que tal espaço para a experimentação da iluminação, encenação e atuação, pudesse ser maior na próxima edição do seminário.

 

Foi possível perceber também, nas falas dos artistas iluminadores, vasto repertório memorial que diz respeito à história do teatro brasileiro do ponto de vista da iluminação, da criação da luz para os espetáculos, na medida em que os relatos discorriam sobre os vários processos criativos em que participaram no decorrer, pelo menos, dos últimos 30 anos. O que nos parece material historicamente significativo a ser registrado.

 

Das mesas de debate, fica a impressão de que as falas dos palestrantes que eram, além de professores, também artistas, conseguiam aliar uma reflexão mais aprofundada e luminosa sobre a prática da iluminação, pois era uma fala “recheada” com o saber fazer.

 

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